Levando em conta um novo critério, a entidade máxima do futebol definiu os oito cabeças-de-chave com uma surpresa: a exclusão da França, campeã mundial de 1998 e atual vice, mas que foi mal nas Eliminatórias, e a inclusão da Holanda, atualmente em terceiro lugar no ranking das seleções, atrás apenas de Espanha e Brasil.
"No passado os cabeças eram determinados por uma mistura do ranking e a performance nas últimas Copas, mas, desta vez, a sensação era a de que o ranking de outubro representava bem os melhores times do torneio", explicou Jérome Valcke, secretário-geral da entidade, justificando a escolha dos sete primeiros colocados do penúltimo ranqueamento divulgado para 'chefiarem' o sorteio.
No pote 1, o dos cabeças, estarão, além de Espanha, Brasil e Holanda, as seleções de Itália, Argentina, Alemanha, Inglaterra e a anfitriã do evento, África do Sul, que já tem definido como seu grupo o de letra A.
A Fifa determinou ainda que o pote 2 será composto por times da Ásia (Austrália, Japão, Coreia do Sul e Coreia do Norte), América Central e Caribe (Honduras, México e Estados Unidos) e Oceania (Nova Zelândia).
No 3 estão inclusos os times restantes da América do Sul (Chile, Paraguai e Uruguai) e os africanos (Argélia, Camarões, Costa do Marfim, Gana e Nigéria), enquanto no último pote, o 4, estão os demais representantes europeus (Dinamarca, França, Grécia, Portugal, Sérvia, Eslováquia, Eslovênia e Suíça).
A composição dos quatro potes do sorteio de sexta-feira já garantiu ao menos uma certeza para Dunga e os jogadores da seleção brasileira: um dos adversários da primeira fase será uma seleção africana, algo que não ocorreu nas Copas de 2002 e 2006. Isso acontecerá porque os africanos estão no mesmo pote dos sul-americanos (3) e a regulamentação da Fifa impede encontro entre times do mesmo continente - exceto europeus - na primeira fase da competição.
Além de ter pela frente Argélia, Camarões, Costa do Marfim, Gana ou Nigéria, os pentacampeões ainda poderão cruzar, de cara, com uma potência europeia, como a França, 'asa-negra' brasileira em Mundiais, ou Portugal, do melhor jogador do mundo, Cristiano Ronaldo, que estão juntas no pote 4.
Sem represália
O secretário-geral da Fifa fez questão de frisar inúmeras vezes que a ausência da França no pote principal do sorteio nada teve a ver com o polêmico gol que classificou os Bleus para o Mundial, marcado por Gallas diante da Irlanda após Henry conduzir a bola com a mão. "De maneira alguma isso aconteceu como forma de sanção à França. Os cabeças-de-chave foram definidos através do critério da Fifa", repetiu Valcke, colocando um ponto final na polêmica.
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